quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sem pró-liticagem




     De tanta leitura de impressões e análises subjetivas do dia-a-dia, eis que chega a minha hora. Para relatos peculiares, nada mais digno do que a minha, a sua, a nossa pouca requisitada idiossincrasia. E é sobre ela mesmo que vim falar, numa mescla de falar em si para falar de Si.
      Refiro-me a Simeyzon, prefeitável de Goiânia nas eleições 2012. Nada pessoal, só a título aleatório de riso ilibado e de praticar a não pró-liticagem. A ocasião a que me refiro foi o debate com os candidatos à prefeitura na Casa da Juventude (Caju), ali no setor Universitário no dia 31 de agosto. Meu primeiro contato, confesso, com dois dos prefeitáveis ali presentes. Um deles era este mesmo vereador Simeyzon, do Partido Social Cristão (PSC), a quem dedico a minha rara primeira pessoa literal à sua literal primeira pessoa. O outro era José Netho, do Partido Pátria Livre (PPL). Ambos com o discurso de inovação.
     Nada mais democrático do que a liberdade de escolha. Mais democrático ainda é a escolha de não participar de um debate democrático. Na Caju, estiveram presentes o lindo marxismo do Professor Pantaleão, os direitos da mulher de Isaura Lemos, o radialismo de Elias Júnior, além do novo José Netho e do pastor Simeyzon. Não deram as caras Rubens Donizetti, Jovair Arantes e o atual prefeito Paulo Garcia, tampouco as bocas. Mas quanto capricho, ora pois, afinal eles participaram, assiduamente, da conversa global na 2ª Edição do Jornal Anhanguera. Simpatia e sorriso bonito no horário nobre de Goiás. Não precisava de nada mais, não?!
     Sim! Simeyzon. Voltemos a ele. Na democracia do debate, estava lá ele, robusto e bonitão, barba bem feita transpirando eloquência. Ex-aluno de Pantaleão, moço de bons costumes, de boa família, de exímia religião. O genro prefeito – digo... perfeito - para qualquer mãe caso ele não fosse casado. Com toda essa compostura, meu interno riso ilibado surgiu com a amplificação do microfone em suas mãos. Diga-se de passagem, tudo que vem do audível, música, sons, fonemas, ecos, ruídos e silêncios me alucinam.
    Com a palavra estava ele, no seu momento Simeyzon. Chamava a atenção pelo charme e pela auto-confiança. Confiança demais que até massageia o próprio ego. Mas não adianta fugir, nem mentir pra Simeyzon agora. Há tanta vida lá fora. E é dessas vidas que ele fala quando explicita uma de suas principais propostas: a criação de 30 novos Centros Municipais de Educação Infantil, os Cmeis.

Da esquerda para a direita: José Netho, Isaura Lemos,
Professor Pantaleão, Elias Júnior e Simeyzon

     E quanto mais a temática da educação ressoava pelas vozes dos mediadores do debate, lá no fundo do ele calado, batia no peito para proclamar a sua primeira pessoa. Cmeis, Cmeis, Cmeis. Credo! Haja tanto Simeyzon para um ego só.
     A mais fidedigna atitude de sua personalidade foi ele participar do debate somente quando estava com o microfone em mãos. No resto do tempo sem fala, ele, intimamente, fechava-se no seu caro mundo digital interagindo com seu tablet, ou sabe-se lá o que era aquilo. Inebriada por tamanho eco do ego, o centrismo de si mesmo – leia-se, mais uma vez, Simeyzon – e os fonemas que formam o seu nome me encorajaram a essa voz em primeira pessoa.  
    Se na pastoril condição de prefeitável ele já se esbalda do egocentrismo do cmeismo, imagine só se o brado retumbante dos eleitores proferir “Sim!!! Sim mesmo!”. 

Um comentário:

  1. O Rubens Donizetti estava viajando quando houve o debate na Caju.

    ResponderExcluir